Venho da tarde, à tarde vou
não descendo da noite longínqua
pétreo belvedere de estrelas tristes.
Venho da tarde, à tarde vou
não descendo da noite longínqua
pétreo belvedere de estrelas tristes.
Depois da fome, o amor. Ou vice-versa?
Fome de amor. Ou amor à fome, o que nos move?
Faminto de amor ou de fome, morre-se de que primeiro?
Vital Corrêa de Araújo
Hugo Vaz, escritor, já maduro no exercício da ficção, experiência que traz no alforje onde o jornalismo (pesquisador lendário dos “causos” da imprensa escrita – v. os cinco volumes do “Bestiário da Imprensa”, do autor) – se mescla com o acervo furioso de leitor de qualidade e vasto, inova admiravelmente com o seu DIÁRIO DE UM SÁTIRO (Maria de Lorvão).
O sentido é relativo ou dependente. Para realizar-se, depende do objeto ou referente.
São traços estruturais relativos ao modo como se representa o objeto (ou mundo) o sentido.
Anárquico Narciso acorda
Do sono especulativo!
Não beba com os olhos
Entre o impensado (o que não pode ou pôde ser pensado) e o impensável (ainda) corre uma dialética precisa. A do vazio e do pleno, da imobilidade diferença.
Maria Cristina Cavalcanti de Albuquerque
Vital Corrêa de Araújo – Coração de Areia – FUNDARPE
VCA
A obra de arte literária, vista como uma estrutura, não impõe uma montagem mecânica de determinados elementos previsíveis, de cuja síntese emirja o produto acabado: a obra.
Um tema árduo que teço há tempo inútil e certeiramente – qual uma meditação vital – é o da unívoca desaceitação geral da questão crucial: a equivocidade absoluta (e necessária) da linguagem poética – do poema como condição da poesia (poesia).
(Contra a fronteirização da linguagem)
O conceito, a definição, o neurótico anelo
de comunicar (tudo é discurso, prosa, verso rimado